12/12/09

MAL-ME-QUER

Personagens: Um menina de 8 anos e uma moça de 15 anos
Cenário: No palco um mesa pequena e cadeira.
A menina entra com um buquê de flores.
Arruma as flores no vaso e depois começa a despetalar uma flor.
Enquanto isso, fala em tom triste:
Menina: Mal-me-quer, bem-me-quer...(ao terminar a ultima pétala diz: ) É sempre a mesma coisa!
Rosinha: (entrando) O que você esta fazendo? Esta estragando as flores tão bonitas!Menina: Não estou estragando; apenas descobrindo uma coisa.
Rosinha: Descobrir o que?
Menina: Você não acha que as flores falam?
Rosinha: O que você quer dizer com isso? Não entendo! Nunca ouvi dizer que as flores falassem. Qual delas, por exemplo?
Menina: Uma colega disse que o mal-me-quer diz alguma coisa. Você nunca ouviu dizer que quando a gente toma um mal-me-quer, pensa numa pessoa, e vai tirando as pétalas, dizendo mal-me-quer, bem-me-quer. Se a ultima pétala formal-me-quer, aquela pessoa que estava em nosso pensamento não nos quer bem?
Rosinha: Você já fez isso? E achou que é verdadeiro que alguém não lhe quer bem?Menina: Já, varias vezes e a resposta é sempre a mesma.
Rosinha: Que pessoa, por exemplo?
Menina: Sempre que vou tirando as pétalas de um mal-me-quer pensando em mamãe, dá sempre mal-me-quer.
Por isso estou triste e penso que a mamãe não gosta de mim.
Rosinha: Que idéia é essa menina, não pense nisto! Como pode pensar que mamãe não gosta de você?
Menina: Eu penso que é verdadeiro, pois às vezes mamãe reclama de mim. As vezes promete alguma coisa e não cumpre.
Rosinha: Não é bom que mamãe saiba o que você esta dizendo. Ela ficaria muito triste, pois ela é a pessoa que mais nos quer bem neste mundo. Você teria coragem de dizer a ela tudo o que esta dizendo? Por que, em vez de pensar em mal-me-quer e bem-me-quer, não pensa em tudo de bom que ela faz por nós?
Menina: Sim, ela faz-nos muitas coisas agradáveis!
Rosinha: Vamos enumera-las então: Quem nos acode quando estamos doentes?
Quem fica ao nosso lado nas noites assombrosas?
Não é ela que se levanta bem cedo para preparar o café.
Arrumar-nos as coisas, suprir as nossas necessidades?
Não percebeu que mamãe fica triste quando alguma coisa não vai bem conosco?
Menina: (pensativa) Você tem razão. Nem é bom que mamãe saiba o que pensei a seu respeito. Eu pensava mesmo que o mal-me-quer diz a verdade. Não sei como pensei numa coisa tão tola com esta.
Rosinha: Vamos, esta semana, pensar em todas as coisas boas que mamãe realiza e enumera-las?
Menina: Sim! Vou tomar um pedacinho de papel e fazer isso!Rosinha: isto mesmo! Tudo que pensou que era para os eu mal era justamente o contrário.
Vamos pensar apenas uma: Porque mamãe não deixou você ir a casa de Margarida?Menina: Porque a lição da escola ainda não estava pronta.
Rosinha: esta vendo? Era bem-me-quer e não mal-me-quer. Ela não queria que você tirasse nota baixa.
É o seguinte: Temos que aprenderemos a olhar o outro lado das coisas, embora nos contrarie. Você vai ver que tudo será bem-me-quer. Ah! Estamos esquecendo de arrumar as flores. Façamo-lo antes que mamãe chegue da feira (começa a arrumar)
Menina: Se eu tivesse um lápis e um papel poderia fazer um risquinho agora, não acha? Ficaria sem almoço se ela não fosse a feira. Como fui tola... Esta bonita a casa! Vamos aos nossos afazeres.