12/12/09

Para sempre

Poesia -
Para Sempre -
Carlos Drummond de Andrade
Por que Deus permite que as mães vão se embora?
Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não se apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondidona pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça, é eternidade.
Por que Deus se lembra – mistério profundo – de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.