14/09/09

Strauss

Johann Strauss -o rei mundial da valsa

O pai de Johann Strauss tinha somente 21 anos quando se casou com uma bela moça filha de um estalajadeiro.
Ele era romântico, mas um tanto difícil de se compreender. Passava até uma semana inteira nos cafés com sua orquestra e divertindo os amigos.
Esquecia-se de que sua esposa Ana necessitava de sua companhia e do dinheiro para manutenção da casa.
Quando Johann nasceu ele ficou encantado; mas logo se cansou da vida da casa mesmo com a presença do filhinho.
Mais tarde, quando tiveram mais filhos, ele começou a ficar fora de casa mais tempo do que no princípio.
E quando estava em casa, exigia muito silencio para que pudesse trabalhar com suas composições musicais.
Quando as crianças estavam maiores, e, naturalmente interessadas em música, ele ordenou que nenhuma delas estudasse música.
O filho que fosse apanhado tocando piano seria severamente castigado.
Quando Johann estava com cinco anos, pediu para ouvir o pai tocar.
A muito custo a mãe concordou em leva-lo às escondidas ao café onde o pai trabalhava. O menino içou fascinado. Ele nem podia falar ouvindo o talentoso pai tocar e vendo a multidão que o aplaudia.
Quando voltaram para casa, a mamãe perguntou-lhe: Você gostou?
Johann debruçou-se nos seus joelhos e chorou.
Ele adorava a bela música do pai.
O pai de Johann era um gênio.
Muitas das 182 valsas que ele escreveu são consideradas grandes valsas.
Ana ensinou ao pequeno Johann, como lhe foi possível, a música que ele tanto adorava. Finalmente arranjou-lhe em segredo um professor de violino dentre os músicos da orquestra de seu próprio pai.
Quando ele completou quinze anos, ela comprou um violino e deu-lhe de presente.
Um dia o pai chegou em casa na hora que Johann estudava. Tomou o violino do rapaz e gritou: você me desobedeceu. Ordenei-lhe que nunca aprendesse a tocar. Johann estava aterrorizado demais para poder falar.
Mamãe Strauus entrou na sala nesse momento. Arrebatou o violino das mãos do marido, e, com sua voz doce e calma, desafiou o marido pela primeira vez na presença das crianças.
Este violino é dele. Você não tem direito de atrapalhar a carreira musical de nosso filho
Papai Strauss estava furioso.
Saiu como um louco de casa e bateu a porta com violência. Ana virou o rosto para que o filho não visse as lágrimas nos olhos.
Desta vez o pai saiu para sempre. Nunca mais voltou. Deixou a família.
O jovem Johann era agora o chefe da casa. Começou a tocar num café e logo alguns músicos se apresentaram para organizar a sua própria orquestra. Muitos dos cafés não o quiseram aceitar com medo de ofender-lhe o pai.
Finalmente o dono do café Donmayer fixou uma data para ele e seus músicos serem ouvidos pela primeira vez. Foi um sucesso.
Viena pôs-se ao lado da música se Strauss. O público divertia-se com a guerra entre o pai e o filho. A multidão era tão densa na noite da abertura, que a polícia teve que prestar auxílio nas imediações do café Donmayer.
Johann foi uma sensação. Teve que tocar uma de suas valsas 17 vezes antes de executar o programa.
A mãe chorava de alegria ao ver dois amigos de seu marido carregarem Johann em triunfo ao redor da sala. O pai não veio para a abertura, nem tão pouco procurou a família ou responder a qualquer de suas cartas.
Johann nunca disse uma palavra contra o pai. Admirava-lhe o talento.
Quando o pai morreu, ele chorou sentidamente.
Porque chora? Perguntou-lhe um amigo.
Ele nunca agiu como um pai com você...
Eu choro não a perda de meu pai, mas porque Viena perdeu o seu maior músico, respondeu Johann.
Agora o jovem Johann era o rei da valsa de Viena. Grandes músicos como Brahms e Wagner maravilhavam-se de sua música.
Suas composições forma bem vendidas e ele tornou-se rico e famoso.
Quando estava com 37 anos casou-se com uma graciosa e bela moça que fora cantora. Casaram-se em silêncio. Começa agora o período das grandes composições para Johann.
Ele construiu um palácio para Henrietta.
Ela sentia que seus dias eram cheios de paz, felicidade e música.
Todos os dias eram dedicados a composições. Ele persuadiu seus dois irmãos a ajuda-lo a dirigir a orquestra para que ele tivesse mais tempo para compor.
Strauss tornou-se tão importante que sua fama correu até a América.
Em 1872 escreveram de Boston convidando Strauss para uma grande comemoração.
Ofereceram-lhe cem mil dólares. Por insistência de Henrietta, ele aceitou o convite.

Ao chegar a Boston, encontrou a cidade cheia de cartazes: a figura de um globo, Johann Strauss no alto, violino à mão, e esta inscrição: o rei mundial da música.
Executou sua música num coliseu, construído para comportar cem mil pessoas, com um placo grande bastante para centenas de músicos.
Foi um grande sucesso.
Strauss deu 14 concertos, tocando em cada um deles algumas das suas músicas.
O país ficou completamente louco por ele.
Os jornais comentavam: o povo tentava vê-lo, era preciso escolta policial para atravessar as multidões.
Pediram-lhe que fizesse uma viagem pelo país. Mas as demonstrações eram demais para Johann, e ele voltou para Viena.
Por esse tempo Johann Strauss era tão famoso que no ano de 1884, quando completava o seu quadragésimo ano de dirigente de orquestra, o povo de Viena reservou uma semana par essa comemoração. Medalhas, diplomas, presentes, vieram de toda a parte do mundo.
Músicos como Verdi e Brahms enviaram-lhe presentes; diretores, grandes vultos em todos os caminhos da vida prestaram-lhe honras.
Certa vez estando Strauss ao lado do imperador Franz Josef numa sacada do palácio, este apresentando-o à multidão, delirante, disse:
Strauss, tu também és imperador.
Johann escreveu mais ou menos 500 valsas. Vocês podem ouvi-las sempre. O Danúbio azul, sua mais famosa valsa, dizem ter tido mais saída desde a sua impressão em 1867, que qualquer outra peça musical já escrita.