O trabalho pedagógico e a avaliação
A avaliação deve permear o trabalho pedagógico desde o planejamento até a execução, coletando informações para melhor compreensão da relação ensino/aprendizagem, possibilitando orientar a intervenção didática para que seja qualitativa e pedagógica. Qualidade e quantidade são faces do mesmo fenômeno, as duas andam juntas, a diferença é que uma pode ser mais imediata que a outra, mas uma não pode ser mais importante que a outra. Podemos comparar quantidade e qualidade à uma vida longa e bem vivida.
A avaliação deve ser contínua e cumulativa, pois a aprendizagem é diária e acontece de forma gradual e permanente.
Avaliar não consiste em criar um modelo de valoração, mas transformá-lo em instrumento de crescimento para professores e alunos, criando condições de aprendizagem que permita ao aluno evoluir na construção dos conhecimentos.
A avaliação expressa a postura do professor responsável, éticopolítico, competente e comprometido com o desenvolvimento de capacidades, habilidades e atitudes numa escola democrática e cidadã, formando e transformando o aluno.
O maior desafio é garantir competência formal e política ao professor, e formar alunos que aprendam a aprender.
Ou melhor, formar professor capaz de produzir conhecimento próprio, de atualizar-se constantemente, de corresponder aos desafios da modernidade, de questionar a realidade com autonomia e criatividade, motivando esta mesma atitude no aluno, para que deixe de ser aluno.
A importância do planejamento e a avaliação
A avaliação permeia todo o ato de planejar e de executar, contribuindo em todo o percurso do planejamento, uma vez que permite responder se as atividades planejadas alcançaram seus objetivos e em que medida.
O planejamento é o ato pelo qual decidimos o que construir, a avaliação é o ato crítico que nos subsidia na verificação de como estamos construindo o nosso projeto.
A avaliação é uma ferramenta importante no redimensionamento daquilo que foi planejado.
Qualidade da educação e a avaliação
A qualidade da educação, segundo o autor, apresenta três horizontes mais significativos de exigência:
a) Quantidades adequadas;
b) Qualidade formal, com vistas à competência tecnológica;
c) Qualidade política, com vistas à capacidade histórica de conceber e efetivar projeto próprio de desenvolvimento.
É muito interessante a abordagem que Rubem Alves faz em seu livro: Conversas com quem gosta de ensinar com respeito à avaliação.
Ele compara a escola à uma cozinha, a professora à uma cozinheira experiente que não precisa de receitas, afinal, livro de receitas é para os aprendizes, não para os mestres, as crianças à alimento que deve ser transformado em coisa deliciosa.
A Babette (professora), “prova” (avalia) a sopa imaginária (o trabalho pedagógico) e o prazer deve estar garantido. O prazer proporcionado ao saborear a “sopa” é comparado à qualidade em educação.
Qualidade deve ser sentida com o corpo, deve proporcionar prazer.